Se desejas aprender a
lição da indulgência, observa o raio de sol...
Dissipando a treva noturna, desce à Terra, cada dia,
recapitulando, mil vezes, o mesmo ensinamento de serviço e de paz.
Não indaga pelas sombras da furna.
Não teme os vermes que se lhe associam.
Não se queixa da corrente enfermiça que flui do
despenhadeiro.
Desce, contente e feliz, à intimidade do precipício, com a
mesma radiação com que nutre fontes e flores.
Aquece o sábio e o ignorante, o santo e o malfeitor, os
justos e os injustos, os bons e os maus, com a mesma generosidade, dentro da
qual assinala os cimos do Céu.
Ampara a erva daninha e o bom grão, a árvore valiosa e o
arbusto infeliz, com o mesmo carinho no qual se desdobra, claro e otimista,
sobre lares e asilos, escolas e templos, hospitais e jardins.
Se a nuvem lhe empana o caminho, espera que a nuvem se
dissolva e torna a fulgurar.
Se a tempestade agita o firmamento, aguarda a recuperação da
harmonia e volta a missão do amor...
Não te esqueças.
O mundo jaz repleto de obstáculos da incompreensão, de
tormentos do ódio, temporais de lágrimas, provações e infortúnios...
Aqui, em vales de sombra, medra, o escalracho da discórdia,
ali, abre-se o abismo de aflitivas desilusões.
Além, multiplicam-se cardos
venenosos do orgulho e do exclusivismo, da penúria e da crueldade, e mais além,
destacam se, agressivos e contundentes, largos espinheiros de intolerância...
Não perguntes, porém, pelos impedimentos prováveis.
Não relaciones as inquietações da marcha.
Recorda, que o Cristo é o Sol de nossas vidas e sê para as
sendas que te cercam o raio de sol infatigável no bem, espalhando em tua
passagem o júbilo da esperança renascente, o dom imperecível da luz e a graça
do perdão.
Aprendamos a entesourar os dons da vida, respeitando os
ensinamentos que o mundo nos impõe, na certeza de que entre a humildade e o
trabalho, alcançaremos, um dia, os cimos da Luz.